06/10/2009

As greves do ABC paulista


Há 30 anos os movimentos dos trabalhadores enfraqueceram a ditadura e influenciaram o processo de redemocratização do Brasil

A partir de 1978, quando o Brasil ainda vivia sob o regime militar, trabalhadores do maior parque industrial do país, localizado na região do ABC paulista (Santo André, São Bernardo e São Caetano) desencadearam uma série de greves que mobilizaram milhares de operários e conquistaram o apoio de partidos políticos, entidades da sociedade civil e naturalmente a simpatia da população.


Os trabalhadores do ABC paulista foram além das reivindicações por aumento salarial e melhores condições de trabalho e passaram a defender também a grande bandeira democrática das eleições das eleições diretas em todos os níveis, inclusive para presidente da República, o que justifica o apoio da população ao movimento.

Dos movimentos grevista que eclodiram em meados de 1978 e adentraram na década de 80 nasceram das instituições que deram maior força e caráter organizacional às grande mobilizações pelo país afora: CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o PT (Partido dos Trabalhadores), presididas, respectivamente, por Jair Menenguelle e Luís Inácio Lula da Silva (Lula).

Com essas duas frentes de combate, os trabalhadores, liderados pelos sindicalistas, estenderam o movimento nos anos 80 para todos os estados da Federação. Com papéis distintos e perseguindo os mesmos objetivos, as duas entidades atuavam em parceria. Enquanto a CUT planejava e organizava as greves por todo o país, naturalmente tendo o ABC paulista como seu epicentro, o PT marchava pelas ruas em defesa do regime democrático, ao lado dos partidos de esquerda da época, como o PMDB, o PDT e o PCdoB, a frente democrática que pregava eleições diretas.

É claro que esses movimentos ganharam a adesão da grande maioria da população e isso causou inquietação nos quartéis. O movimento era de abertura política e, então, plantava-se boa semente em terreno fértil. As grandes nações, como Estados Unidos e países europeus, já não apoiavam os regimes totalitários em crise de credibilidade na América Latina, patrocinadores de atrocidades, com prisões, torturas, atentados e assassinatos de líderes oposicionistas e a corrupção desenfreada, fatos que assustavam o mundo.

O movimento sindical dos anos 80 deu larga contribuição para a redemocratização do Brasil porque despertou as massas adormecidas pelo medo e pela repressão dos anos de chumbo que se sucederam ao golpe militar de 31 de março de 1964.

Com a credibilidade em baixa no cenário internacional e a recessão econômica prejudicando a economia, o governo militar amargava índices altíssimos de impopularidade em 1978, quando o MDB, partido de oposição ao regime, elegeu a maioria da Câmara dos Deputados. Foi aí que os generais criaram a figura do “senador biônico”, ou seja, instituíram a prorrogação de mandato dos senadores da Arena, partido da situação.

A reabertura democrática se deu em derramamento de sangue e sem tanques de guerra nas ruas. Uma breve cronologia dos fatos mais importantes, citamos a anistia dos presos e exilados políticos decretada em 1979 pelo presidente João Figueiredo. Ao retornarem do exílio em 1980, Miguel Arraes (Pernambuco), Leonel Brizola (Rio Grande do Sul/Rio de Janeiro) e outras lideranças políticas se engajaram no movimento democrático já existente no país, que culminou com a eleição de Tancredo Neves para presidente da República pelo Colégio Eleitoral em 1984, depois da derrota da emenda das “Diretas”, do deputado federal Dante de Oliveira.

Embora a eleição tenha sido indireta, Tancredo percorreu o país em campanha e obteve o apoio da grande maioria da população brasileira. Tancredo morreu sem tomar posse e o vice, José Sarney, egresso da ditadura, manteve seu compromisso e deu ao país a Constituição Democrática de 1988, que assegura dentre outras conquistas, eleições diretas para todos os níveis. Três décadas depois do surgimento do movimento sindical, o país não esqueceu – e irá lembrar sempre – da sua decisiva contribuição para a redemocratização do país.



* Tony Borges é licenciado em
Letras (Faculdade de Araripina-P),
bacharel em Direito (UESPI) e
acadêmico de Jornalismo
pela Faculdade R. Sá

MOVIMENTOS SINDICAIS

Movimentos Sindicais, populares e políticos sempre tiveram o cartaz como instrumento básico de comunicação com a população. Ficaram na memória de antigos militares inúmeras imagens que povoaram esse universo. No início da década de 1970, era comum ver crianças colecionarem álbuns de figurinhas que prometiam brindes-surpresa para quem achasse a figurinha premiada. Muitas vezes, em vez de um esperado jogo de dominó, o prêmio era um cartaz grande e colorido do general Emílio Garrastazu Médici, presidente do país. Eram tempos de “Brasil: Ame-o ou Deixe-o”, da ditadura militara e do culto as personalidades do regime. Muitos daqueles colecionadores mirins só ficaram sabendo anos depois quem foi Médici. Na mesma época, nas grandes cidades espalhavam-se cartazes produzidos por órgãos policiais onde se liam “Terroristas assassinos procurados” com fotos de militares que combatiam o regime instalado. Cartazes enormes, de cor amarela, com fotos em preto e branco incentivando a delação de inimigos da ditadura.


Com a entrada em cena do movimento sindical no fim da mesma década, outros cartazes passaram a ser produzidos. Reproduziam imagens do movimento operário do início do século XX, principalmente de anarquistas e relacionadas à Revolução Russa, além de convocações para assembléias e manifestações, como as comemorações de 1° de maio. Reivindicações de categorias também passaram a ser estampadas em cartazes, acompanhadas de ilustrações e personagens que circulavam na imprensa sindical, como João Ferrador, desenhado pelos cartunistas Laerte, Vargas e Cleiton para os metalúrgicos de São Bernardo do Campo, e a Graúna, personagem criada por Henfil, com sua frase emblemática “To vendo uma esperança!”. Em 1979, o artista gráfico Elifas Andreato criou o cartaz “Precisa-se” para arrecadá-la fundos aos comitês de trabalhadores desempregados. Milhares foram vendidos em todo o Brasil. Anos depois, em 1985, outra ilustração foi usada nos cartazes da campanha pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. ”Para viver melhor” era a frase que acompanhava a ilustração do artista Paulo Monteiro no cartaz que percorreu todo o Brasil divulgando a reivindicação do Movimento Sindical.

Enquanto o Brasil urbano utilizava os cartazes como instrumentos de divulgação de suas reivindicações e mobilizações, o Brasil rural usava-os como instrumentos de denúncia. Na década de 1980, centenas de trabalhadores rurais foram assassinadas em todo o Brasil na luta pela a terra. Os cartazes, em vez de trazerem as fotografias dos assassinos procurados, traziam as fotografias dos sindicalistas mortos, como se os vivos invocassem proteção por meio das denúncias. Poucos assassinos foram julgados e condenados. Um dos primeiros sindicalistas mortos por pistoleiros foi Wilson Pinheiro, assassinado com tiros nas costas em 21 de julho de 1980 na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia, no Acre, enquanto assistia à televisão. O Sindicato fez cartaz denunciando seu assassinato e o Partido dos Trabalhadores prestou-lhe uma homenagem dando seu nome a fundação de estudos e pesquisas do partido. Poucos anos depois, em 12 de agosto de 1983, foi assassinada em Alagoa Grande, na Paraíba, Margarida Maria Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. É atribuída a Margarida a frase “É melhor morrer na luta que morrer de fome”, e ela lutou muito pelos direitos de trabalhadores e trabalhadoras do campo, como registro em carteira, férias, 13° salário e jornada de 8 horas. Centenas de ações tramitaram na Justiça do Trabalho da Paraíba contra usineiros, despertando o ódio de muitos e provocando seu assassinato com um tiro no rosto em frente a sua casa. Até hoje, a fotografia de Margarida é reproduzida em cartazes relacionados à luta dos trabalhadores do campo e das mulheres.

Outros trabalhadores rurais, sindicalistas e militantes ligados à luta pela terra foram assassinados e suas mortes denunciadas em cartazes: Nativo da Natividade, em Goiás; Sebastião Lan, no Rio de Janeiro; padre Josimo e Paulo Fonteles, no Pará; Rosele Salete, no Rio Grande do Sul. No meio de tantos assassinatos, o de maior repercussão foi o do seringueiro e ambientalista Chico Mendes, morto em 22 de dezembro de 1988, em Xapuri, no Acre. Chico Mendes era presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Xapuri e membro do Conselho Nacional dos Seringueiros. Sua luta em defesa dos seringueiros e da Amazônia teve repercussão nacional e internacional, e ele recebeu inúmeros prêmios como uma das pessoas que mais se destacava na defesa da ecologia. Entre as principais propostas de Chico Mendes estava a criação da União dos Povos da Floresta, que unia interesses dos índios, seringueiros e trabalhadores rurais para a preservação da floresta, criação de reservas extrativistas, reforma agrária e desenvolvimento sustentável.


Roberio Borges aluno do curso de comunicação social da faculdade Rsá

02/10/2009

O papel da Mídia que veiculou tanto apoio como critica na Ditadura Militar

Para se conhecer melhor o que foram os anos de chumbo (a Ditadura Militar), sem dúvida, é relevante lembrar o papel da mídia. A maior parte da grande imprensa brasileira cerrou fileiras ao lado dos golpistas, passando por cima das pesquisas de opinião pública que apontavam grande apoio popular às reformas de base que o presidente constitucional tentava levar adiante. Os resultados dessas pesquisas feitas pelo IBOPE, indicando total apoio a Goulart foram omitidos e só revelados mais tarde. Antes de 1 de abril de 1964, os principais jornais, de O Globo, JB e a Tribuna da Imprensa, passando pelo Correio da Manhã, Diário de Notícias e pelos órgãos dos Diários Associados de Assis Chateaubriand, pregavam o golpe abertamente. Alguns, como o Correio da Manhã, uma semana depois da deposição do Presidente constitucional, se arrependeram. A Tribuna da Imprensa deu uma guinada de 180 graus, passando pouco tempo depois a fazer oposição e sendo o jornal diário que mais tempo sofreu a ação da censura. Vale o registro histórico do jornal Última Hora, de Samuel Wainer, que sempre esteve ao lado da legalidade democrática e por isso foi perseguido até ser sufocado economicamente, como o Correio da Manhã.



O Globo pode ser considerado o recordista em termos de apoio ao regime militar. Enquanto o arrependido Correio da Manhã enfrentava pressões econômicas por sua oposição à ditadura, vindo inclusive a fechar as portas lá pelo início dos anos 70, as Organizações Globo foram recompensadas a altura, não só nacionalmente, engordando na estufa da ditadura, como a nível internacional, via grupo Time-Life, que possibilitou o surgimento da TV Globo. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que acabou em pizza, apresenta as provas desse ilegal conluio. As Organizações Globo (seja a TV ou o jornal e mesmo as rádios) eram tão a favor, mas tão a favor dos militares, que muitos as consideravam com uma espécie de Pravda da imprensa brasileira, numa alusão ao órgão oficial do Partido Comunista da União Soviética. O Globo em 68 deu todo apoio ao AI-5, o golpe dentro do golpe que levou o Brasil ainda mais para a direita. Só mais tarde, da mesma forma que os ratos quando abandonam os navios prestes a afundar, os veículos de Roberto Marinho aderiram à “democracia”.

A imprensa internacional de uma forma geral não publicavam muitas notícias sobre o Brasil. O Brasil era na época um país cuja economia nacional era protegida por inúmeras leis protecionistas e os produtos importados eram muito poucos e muito caros, devido aos altos impostos. A reserva de mercado para a informática era questionada pelo governo estadunidense e frequentemente era citada na imprensa brasileira e na TV. Diversos políticos e empresários defendiam esta lei.

O Brasil era apenas citados pelos seus atletas de futebol jogando em clubes europeus ou pela ação de algum evento natural, como chuvas intensas, etc.

Eventualmente o pais era citado pela pelas torturas feitas por policiais, pelos massacres geralmente atribuídos a disputas de drogas entorpecentes, pela alta taxa de assassinatos. Os menbros da Igreja Católica ligados a Teologia da Libertação divulgar no exterior as chacinas, os desaparecimentos, as perseguições políticas, os sequestros, etc.

Nesta rápida pincelada sobre a mídia nos anos de chumbo, não se pode esquecer o importante papel exercido pela imprensa alternativa em veículos como a Folha da Semana (o primeiro da série de jornais contra a ditadura), O Pasquim, Opinião, Versus, Movimento etc. Tudo isso pertence à história, que por mais que alguns não queiram, está sendo escrita de forma independente com verdades irrefutáveis.


Raimundo N. da Silva Junior: aluno do 3º período de Jornalismo da Faculdade R.Sá

24/09/2009

O GOLPE MILITAR DE 1964


                                                     João Goulart

O implacável e obscuro Governo Militar teve início no Brasil no ano de 1964, com a deposição do presidente João Goulart no dia 31 de março daquele ano. Com a derrubada do então governo vigente, assumiu os destinos do país provisoriamente o presidente da Câmara dos Deputados, Pascoal Ranieri Mazzilli. No entanto, os militares passaram a exercer o poder de fato, constituindo uma junta governativa formada pelos ministros militares – o vice-almirante Augusto Rademaker Grünewald, da Marinha, o tenente-brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo, da Aeronáutica, e o general Artur da Costa e Silva, da Guerra.

A deposição de Goulart não foi o único objetivo dos chamados “revolucionários”, pois com isso pretendiam também combater os que eles chamavam de “corruptos e subversivos”, “adeptos do Comunismo”, que estariam infiltrados não apenas na administração pública, como também no movimento sindical, nos quartéis militares e em todos os setores da sociedade daquela época.

No dia 9 de abril de 1964, foi baixado o Ato Institucional n° 1 (AI-1). Composto de 11 artigos, o AI-1 previa a cassação dos mandatos legislativos, bem como a suspensão dos direitos políticos dos parlamentares. O AI-1 também determinava que dentro de dois dias fossem realizadas eleições indiretas para a Presidência e Vice-Presidência da República. O mandato presidencial se estenderia até 31 de janeiro de 1966, data em que expiraria a vigência do próprio ato.

OS ATINGIDOS PELO ATO

O AI-1 cassou os mandatos de 41 deputados federais e suspendeu os direitos políticos de várias personalidades de projeção nacional, como o presidente deposto, João Goulart, o ex-presidente Jânio Quadros, o secretário-geral do proscrito Partido Comunista Brasileiro (PCB) Luís Carlos Prestes, o governador Miguel Arrais, de Pernambuco, o ex-governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola, o desembargador Osni Duarte Pereira, o economista Celso Furtado, o embaixador Josué de Castro, os ex-ministros Abelardo Jurema (Justiça), Almino Afonso (Trabalho) e Paulo de Tarso (Educação), o reitor deposto da Universidade de Brasília Darei Ribeiro e muitos outros, dentre os quais 29 líderes sindicais e 122 oficiais que também foram expulsos das forças armadas.

O NOVO PRESIDENTE

Como determinava o AI-1, o Congresso Nacional ratificou o nome do general Humberto de Alencar Castelo Branco, previamente escolhido pelo Comando Supremo da Revolução, elegendo o mesmo para a Presidência da República. O deputado federal do PSD mineiro, José Maria Alckmin, foi eleito vice-presidente da República. No dia 14 de abril, o comando revolucionário divulgou nova lista de cassações, incluindo 67 civis e 24 oficiais das forças armadas. No dia seguinte, Castelo Branco foi investido no poder presidencial, inaugurando uma série de governos militares no país.

Três meses após assumir a Presidência da República, o presidente Castelo Branco fez o Congresso aprovar a prorrogação de seu mandato até o dia 15 de março de 1967, adiando também as eleições presidenciais para 3 de outubro de 1966. Tal atitude desagradou os civis que apoiaram a revolução e que sonhavam em participar do processo sucessório. Os mesmos passaram a criticar o novo governo.

Alheio a esse inconformismo e outras manifestações localizadas, o Governo Militar prosseguiu com suas medidas, na maioria delas, punitivas àqueles considerados subversivos ou comunistas. Mais de 3.000 pessoas foram atingidas, dentre elas o ex-presidente Juscelino Kubitschek, que se exilou voluntariamente em Paris.

Outros Atos Institucionais foram baixados. O AI-2 estabeleceu eleição indireta do presidente da República pelo Congresso Nacional, devendo os deputados e senadores declararem publicamente o seu voto. O AI-2 também acabou com os partidos políticos tradicionais e estabeleceu o bipartidarismo no Brasil: Aliança Renovadora Nacional (Arena) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), sendo o primeiro aliado ao governo e o segundo da chamada oposição consentida. O AI-3, baixado no início de 1966, determinava que as eleições para governador também seriam indiretas, feitas pelas Assembléia Legislativas dos Estados. Ao todo foram promulgados 17 atos institucionais que, regulamentados por 104 atos complementares, conferiram um alto grau de centralização à administração e à política do país.

JANGO E BRIZOLA NO URUGUAI

Deposto da Presidência da República, o ex-presidente João Goulart foi expatriado no Uruguai. Naquele país, Goulart recebeu inúmeras manifestações de solidariedade, tanto do Brasil, quanto de outros países da América Latina.

Durante o exílio, sempre ficava a par dos acontecimentos no Brasil, inclusive de um inquérito instaurado contra sua pessoa, no qual era acusado de crimes de corrupção administrativa, concessão de vantagens, favores e privilégios a apadrinhados, dentre outros.

Acusado de crimes e sem direito à plena defesa, João Goulart fica depressivo, adoecendo e envelhecendo precocemente. Nesse período surgiram também algumas complicações cardíacas que o perseguiram até a sua morte em 1976. Entre 1966 e 1968, tomou parte das articulações relativas à constituição da Frente Ampla, movimento que visava à restauração democrática do país, por meios pacíficos, e do qual também participaram Carlos Lacerda e Juscelino Kubitschek.

A convite do então presidente argentino, Juan Domingo Perón, Jango passou a residir em Buenos Aires em 1973. Faleceu na sua fazenda La Villa, no município argentino de Mercedes, vítima de um ataque cardíaco, sem ter conseguido regressar ao Brasil. Sua morte teve grande repercussão tanto no Uruguai como no Brasil, a despeito da censura imposta ao noticiário relativo ao fato. Goulart foi sepultado em sua cidade natal, São Borja. O cortejo foi acompanhado por cerca de 30 mil pessoas, entre as quais políticos oposicionistas e antigos colaboradores de seu governo.

Leonel de Moura Brizola foi um dos mais destacados líderes nacionalistas do país, considerado também herdeiro político de Getúlio Vargas e João Goulart, este seu cunhado. Governou os Estados do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro e ainda foi deputado estadual pelo Rio Grande do Sul, prefeito da capital, Porto Alegre e deputado federal pelo Estado da Guanabara.

Com a deposição do presidente João Goulart pelos militares, em 1964, Leonel Brizola foi obrigado a se exilar no Uruguai. Em fevereiro de 1965, cedendo a pressões do governo Castelo Branco, as autoridades uruguaias confinaram Brizola no balneário de Atlântida, onde permaneceu sob controle policial até maio de 1971. Expulso do Uruguai em setembro de 1977, por suposta violação das normas de asilo, se fixou em Lisboa em janeiro de 1978, após breve estada nos Estados Unidos. Somente voltou ao Brasil em 1979, com a Lei da Anistia. Brizola morreu aos 82 anos, no dia 21 de junho de 2004, de infarto decorrente de complicações infecciosas, no Rio de Janeiro.

*João Paulo Leal de Sousa é
acadêmico de Jornalismo
da Faculdade R. Sá (Picos – PI)

Fontes Pesquisadas:

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – CPDC

UOL EDUCAÇÃO / BIOGRAFIAS

22/09/2009

Constituição de 1988


Ulisses Guimarães, presidente da Constituinte de1988

“Declaro Promulgada o documento da liberdade, da dignidade, da democracia, da justiça social do Brasil. Que Deus nos ajude para que isso se cumpra!”. Com essas palavras o então deputado Ulisses Guimarães, Presidente da Assembléia Nacional Constituinte, promulgou a Constituição da República Federativa do Brasil, com o objetivo de recolocar o país no caminho democrático.

Com plenário lotado de representates de diversos tipos de interesses,no dia 5 de outubro de 1988, após 320 sessões debatidas pelos representates dos estados na Câmara Federal, é aprovada e promulgada a esperada nova constituição, trazendo uma grande expectativa para o povo brasileiro, uma vez, que assegurava os direitos à vida, à liberdade, à segurança, à propriedade, as garantias de igualdade entre homens e mulheres, como também de liberdade de expressão, de reliosidade e o direito de não ser torturado e de não ser preso injustamente, entre outras garantias.

Com a nova constituição, o direito maior de um cidadão que vive em uma democracia foi conquistado: foi determinada a eleição direta para os cargos de Presidente da República, Governador do Estado e do Distrito Federal, Prefeito, Deputado Federal, Estadual e Distrital, Senador e Vereador.

Fizeram parte das discursões para aprovação da nova constituição, 487 deputados federais e 72 senadores que foram eleitos no pleito de outubro de 1986, assumindo seus mandatos em janeiro de 1987, das mais diversas agremiações partidarias como o PMDB, PT, PC do B, PDT, PSDB, PFL, PL, PDS, PTB, PCB e PSB.
A nova constituição foi recebida pelo povo brasileiro como uma libertação, que chegava para oferecer dignidade e respeito a todos, sem discriminação de cor, raça ou religiosidade. Até os dias atuais, vivemos sobre a proteção dessa constituição, que mesmo muitas vezes não sendo cumprida, o povo brasileiro tem a convicção de que existe algo que os protegem. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

PESQUISA:
Site O GLOBO
Agencia Senado
Google

Edson, aluno de Jornalismo da faculdade Rsá Picos -PI

17/09/2009

MOVIMENTO ESTUDANTIL



O movimento Estudantil é um Movimento Social da área da educação, no qual os próprios componentes são os próprios estudantes. Caracteriza-se Por ser um movimento policlassista e constantemente renovado. Seu corpo discente se renova periodicamente nas instituições de ensino.


É um movimento de caráter social e de massa, o movimento existe desde o século XV, quando na Universidade de Paris, uma das mais antigas universidades da Europa, registram-se vários movimentos grevistas importante.

No Brasil, o movimento teve papel importante na luta contra o regime militar que se instalou no país. Em 1967, sob a conjuntura da ditadura militar, esse movimento inicia um processo de reorganização, como a única força não institucionalizada de oposição política. A história mostra como esse movimento constitui força auxiliar do processo de transformação social ao polarizar as tensões que se desencadearam no núcleo do sistema dependente, O movimento estudantil é o produto social e a expressão política das tensões latentes e difusas na sociedade. Sua ação histórica tem sido a de absorver e radicalizar tais tensões.


Cleuma Silva. acadêmica de Jornalismo da faculdade Rsá Picos-PI

A LUTA ARMADA


                   A luta armada contra o Regime Militar de 1964


Com o golpe militar de 1964 e o combate cada vez maior dos militares contra os focos de agitação e distúrbios, grupos dissidentes do partido comunista iniciaram as atividades de guerrilha armada urbana ou rural com vista a derrubar a ditadura.

Dentro do próprio exército, cerca de doze militares perseguidos pelo novo poder vigente se organizaram no MNR (Movimento Nacionalista Revolucionário), o grupo que teria sido o primeiro a se dedicar às atividades armadas de oposição ao militarismo.

Paralelamente organizações esquerdistas como a POLOP deram origem a grupos cada vez mais radicais. Praticando assassinatos, atos terroristas, sequestros, assaltos a bancos e supermercados.

Dentre os demais grupos esquerdistas que se dedicaram à luta armada com maior ou menor intensidade estão: ALN, COLINA, MCR, MEP, Molipo MR-8, PCBR, POC, VPR, VAR-Palmares.

A esquerda

- Mais de mil sindicatos de trabalhadores foram fundados até 1964;

- Surge o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT);

- Pacto de Unidade e Ação (PUA ¬ aliança intersindical);

- União Nacional dos Estudantes (UNE);

- Ação Popular (católicos de esquerda);

- Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb - reunindo intelectuais de esquerda);

- Frente de Mobilização Popular (FMP, liderada por Leonel Brizola);

- União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil ;

- Ligas camponesas .

Organizações de luta contra o regime militar e pela instalação do regime comunista (inclusive surgidas após o golpe)

A Guerra de Independência de Moçambique gerou a independência da antiga colônia portuguesa de Moçambique, em 25 de Junho de 1975, uma luta de guerrilha contra o exército português, também conhecida como Luta Armada de Libertação Nacional. O levantamento armado foi lançado oficialmente em 25 de Setembro de 1964, com um ataque ao posto administrativo de Chai no então distrito (actualmente província) de Cabo Delgado.

Esta luta foi organizada pela FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), formada em 25 de Junho de 1962, pela fusão de três movimentos já existentes. Este movimento tinha base no Tanganyika (a parte continental da actual República Unida da Tanzânia) e era reconhecido pela Organização da Unidade Africana como um legítimo movimento de libertação.

A guerra de libertação expandiu-se para as províncias de Niassa e Tete e durou cerca de 10 anos. Durante esse período, foram organizadas várias áreas onde a administração colonial já não tinha controle — as Zonas Libertadas — e onde a FRELIMO instituiu um sistema de governo baseado na sua necessidade em ter bases seguras, abastecimento em víveres e vias de comunicação com as suas bases recuadas na Tanzânia e com as frentes de combate.

A guerra terminou com os Acordos de Lusaka, assinados a 7 de Setembro de 1974 entre o governo português e a FRELIMO, na sequência da Revolução dos Cravos.


Maria Jucilene acadêmica de Jornalismo da faculdade Rsá Picos-PI