24/09/2009

O GOLPE MILITAR DE 1964


                                                     João Goulart

O implacável e obscuro Governo Militar teve início no Brasil no ano de 1964, com a deposição do presidente João Goulart no dia 31 de março daquele ano. Com a derrubada do então governo vigente, assumiu os destinos do país provisoriamente o presidente da Câmara dos Deputados, Pascoal Ranieri Mazzilli. No entanto, os militares passaram a exercer o poder de fato, constituindo uma junta governativa formada pelos ministros militares – o vice-almirante Augusto Rademaker Grünewald, da Marinha, o tenente-brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo, da Aeronáutica, e o general Artur da Costa e Silva, da Guerra.

A deposição de Goulart não foi o único objetivo dos chamados “revolucionários”, pois com isso pretendiam também combater os que eles chamavam de “corruptos e subversivos”, “adeptos do Comunismo”, que estariam infiltrados não apenas na administração pública, como também no movimento sindical, nos quartéis militares e em todos os setores da sociedade daquela época.

No dia 9 de abril de 1964, foi baixado o Ato Institucional n° 1 (AI-1). Composto de 11 artigos, o AI-1 previa a cassação dos mandatos legislativos, bem como a suspensão dos direitos políticos dos parlamentares. O AI-1 também determinava que dentro de dois dias fossem realizadas eleições indiretas para a Presidência e Vice-Presidência da República. O mandato presidencial se estenderia até 31 de janeiro de 1966, data em que expiraria a vigência do próprio ato.

OS ATINGIDOS PELO ATO

O AI-1 cassou os mandatos de 41 deputados federais e suspendeu os direitos políticos de várias personalidades de projeção nacional, como o presidente deposto, João Goulart, o ex-presidente Jânio Quadros, o secretário-geral do proscrito Partido Comunista Brasileiro (PCB) Luís Carlos Prestes, o governador Miguel Arrais, de Pernambuco, o ex-governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola, o desembargador Osni Duarte Pereira, o economista Celso Furtado, o embaixador Josué de Castro, os ex-ministros Abelardo Jurema (Justiça), Almino Afonso (Trabalho) e Paulo de Tarso (Educação), o reitor deposto da Universidade de Brasília Darei Ribeiro e muitos outros, dentre os quais 29 líderes sindicais e 122 oficiais que também foram expulsos das forças armadas.

O NOVO PRESIDENTE

Como determinava o AI-1, o Congresso Nacional ratificou o nome do general Humberto de Alencar Castelo Branco, previamente escolhido pelo Comando Supremo da Revolução, elegendo o mesmo para a Presidência da República. O deputado federal do PSD mineiro, José Maria Alckmin, foi eleito vice-presidente da República. No dia 14 de abril, o comando revolucionário divulgou nova lista de cassações, incluindo 67 civis e 24 oficiais das forças armadas. No dia seguinte, Castelo Branco foi investido no poder presidencial, inaugurando uma série de governos militares no país.

Três meses após assumir a Presidência da República, o presidente Castelo Branco fez o Congresso aprovar a prorrogação de seu mandato até o dia 15 de março de 1967, adiando também as eleições presidenciais para 3 de outubro de 1966. Tal atitude desagradou os civis que apoiaram a revolução e que sonhavam em participar do processo sucessório. Os mesmos passaram a criticar o novo governo.

Alheio a esse inconformismo e outras manifestações localizadas, o Governo Militar prosseguiu com suas medidas, na maioria delas, punitivas àqueles considerados subversivos ou comunistas. Mais de 3.000 pessoas foram atingidas, dentre elas o ex-presidente Juscelino Kubitschek, que se exilou voluntariamente em Paris.

Outros Atos Institucionais foram baixados. O AI-2 estabeleceu eleição indireta do presidente da República pelo Congresso Nacional, devendo os deputados e senadores declararem publicamente o seu voto. O AI-2 também acabou com os partidos políticos tradicionais e estabeleceu o bipartidarismo no Brasil: Aliança Renovadora Nacional (Arena) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), sendo o primeiro aliado ao governo e o segundo da chamada oposição consentida. O AI-3, baixado no início de 1966, determinava que as eleições para governador também seriam indiretas, feitas pelas Assembléia Legislativas dos Estados. Ao todo foram promulgados 17 atos institucionais que, regulamentados por 104 atos complementares, conferiram um alto grau de centralização à administração e à política do país.

JANGO E BRIZOLA NO URUGUAI

Deposto da Presidência da República, o ex-presidente João Goulart foi expatriado no Uruguai. Naquele país, Goulart recebeu inúmeras manifestações de solidariedade, tanto do Brasil, quanto de outros países da América Latina.

Durante o exílio, sempre ficava a par dos acontecimentos no Brasil, inclusive de um inquérito instaurado contra sua pessoa, no qual era acusado de crimes de corrupção administrativa, concessão de vantagens, favores e privilégios a apadrinhados, dentre outros.

Acusado de crimes e sem direito à plena defesa, João Goulart fica depressivo, adoecendo e envelhecendo precocemente. Nesse período surgiram também algumas complicações cardíacas que o perseguiram até a sua morte em 1976. Entre 1966 e 1968, tomou parte das articulações relativas à constituição da Frente Ampla, movimento que visava à restauração democrática do país, por meios pacíficos, e do qual também participaram Carlos Lacerda e Juscelino Kubitschek.

A convite do então presidente argentino, Juan Domingo Perón, Jango passou a residir em Buenos Aires em 1973. Faleceu na sua fazenda La Villa, no município argentino de Mercedes, vítima de um ataque cardíaco, sem ter conseguido regressar ao Brasil. Sua morte teve grande repercussão tanto no Uruguai como no Brasil, a despeito da censura imposta ao noticiário relativo ao fato. Goulart foi sepultado em sua cidade natal, São Borja. O cortejo foi acompanhado por cerca de 30 mil pessoas, entre as quais políticos oposicionistas e antigos colaboradores de seu governo.

Leonel de Moura Brizola foi um dos mais destacados líderes nacionalistas do país, considerado também herdeiro político de Getúlio Vargas e João Goulart, este seu cunhado. Governou os Estados do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro e ainda foi deputado estadual pelo Rio Grande do Sul, prefeito da capital, Porto Alegre e deputado federal pelo Estado da Guanabara.

Com a deposição do presidente João Goulart pelos militares, em 1964, Leonel Brizola foi obrigado a se exilar no Uruguai. Em fevereiro de 1965, cedendo a pressões do governo Castelo Branco, as autoridades uruguaias confinaram Brizola no balneário de Atlântida, onde permaneceu sob controle policial até maio de 1971. Expulso do Uruguai em setembro de 1977, por suposta violação das normas de asilo, se fixou em Lisboa em janeiro de 1978, após breve estada nos Estados Unidos. Somente voltou ao Brasil em 1979, com a Lei da Anistia. Brizola morreu aos 82 anos, no dia 21 de junho de 2004, de infarto decorrente de complicações infecciosas, no Rio de Janeiro.

*João Paulo Leal de Sousa é
acadêmico de Jornalismo
da Faculdade R. Sá (Picos – PI)

Fontes Pesquisadas:

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – CPDC

UOL EDUCAÇÃO / BIOGRAFIAS

22/09/2009

Constituição de 1988


Ulisses Guimarães, presidente da Constituinte de1988

“Declaro Promulgada o documento da liberdade, da dignidade, da democracia, da justiça social do Brasil. Que Deus nos ajude para que isso se cumpra!”. Com essas palavras o então deputado Ulisses Guimarães, Presidente da Assembléia Nacional Constituinte, promulgou a Constituição da República Federativa do Brasil, com o objetivo de recolocar o país no caminho democrático.

Com plenário lotado de representates de diversos tipos de interesses,no dia 5 de outubro de 1988, após 320 sessões debatidas pelos representates dos estados na Câmara Federal, é aprovada e promulgada a esperada nova constituição, trazendo uma grande expectativa para o povo brasileiro, uma vez, que assegurava os direitos à vida, à liberdade, à segurança, à propriedade, as garantias de igualdade entre homens e mulheres, como também de liberdade de expressão, de reliosidade e o direito de não ser torturado e de não ser preso injustamente, entre outras garantias.

Com a nova constituição, o direito maior de um cidadão que vive em uma democracia foi conquistado: foi determinada a eleição direta para os cargos de Presidente da República, Governador do Estado e do Distrito Federal, Prefeito, Deputado Federal, Estadual e Distrital, Senador e Vereador.

Fizeram parte das discursões para aprovação da nova constituição, 487 deputados federais e 72 senadores que foram eleitos no pleito de outubro de 1986, assumindo seus mandatos em janeiro de 1987, das mais diversas agremiações partidarias como o PMDB, PT, PC do B, PDT, PSDB, PFL, PL, PDS, PTB, PCB e PSB.
A nova constituição foi recebida pelo povo brasileiro como uma libertação, que chegava para oferecer dignidade e respeito a todos, sem discriminação de cor, raça ou religiosidade. Até os dias atuais, vivemos sobre a proteção dessa constituição, que mesmo muitas vezes não sendo cumprida, o povo brasileiro tem a convicção de que existe algo que os protegem. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

PESQUISA:
Site O GLOBO
Agencia Senado
Google

Edson, aluno de Jornalismo da faculdade Rsá Picos -PI

17/09/2009

MOVIMENTO ESTUDANTIL



O movimento Estudantil é um Movimento Social da área da educação, no qual os próprios componentes são os próprios estudantes. Caracteriza-se Por ser um movimento policlassista e constantemente renovado. Seu corpo discente se renova periodicamente nas instituições de ensino.


É um movimento de caráter social e de massa, o movimento existe desde o século XV, quando na Universidade de Paris, uma das mais antigas universidades da Europa, registram-se vários movimentos grevistas importante.

No Brasil, o movimento teve papel importante na luta contra o regime militar que se instalou no país. Em 1967, sob a conjuntura da ditadura militar, esse movimento inicia um processo de reorganização, como a única força não institucionalizada de oposição política. A história mostra como esse movimento constitui força auxiliar do processo de transformação social ao polarizar as tensões que se desencadearam no núcleo do sistema dependente, O movimento estudantil é o produto social e a expressão política das tensões latentes e difusas na sociedade. Sua ação histórica tem sido a de absorver e radicalizar tais tensões.


Cleuma Silva. acadêmica de Jornalismo da faculdade Rsá Picos-PI

A LUTA ARMADA


                   A luta armada contra o Regime Militar de 1964


Com o golpe militar de 1964 e o combate cada vez maior dos militares contra os focos de agitação e distúrbios, grupos dissidentes do partido comunista iniciaram as atividades de guerrilha armada urbana ou rural com vista a derrubar a ditadura.

Dentro do próprio exército, cerca de doze militares perseguidos pelo novo poder vigente se organizaram no MNR (Movimento Nacionalista Revolucionário), o grupo que teria sido o primeiro a se dedicar às atividades armadas de oposição ao militarismo.

Paralelamente organizações esquerdistas como a POLOP deram origem a grupos cada vez mais radicais. Praticando assassinatos, atos terroristas, sequestros, assaltos a bancos e supermercados.

Dentre os demais grupos esquerdistas que se dedicaram à luta armada com maior ou menor intensidade estão: ALN, COLINA, MCR, MEP, Molipo MR-8, PCBR, POC, VPR, VAR-Palmares.

A esquerda

- Mais de mil sindicatos de trabalhadores foram fundados até 1964;

- Surge o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT);

- Pacto de Unidade e Ação (PUA ¬ aliança intersindical);

- União Nacional dos Estudantes (UNE);

- Ação Popular (católicos de esquerda);

- Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb - reunindo intelectuais de esquerda);

- Frente de Mobilização Popular (FMP, liderada por Leonel Brizola);

- União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil ;

- Ligas camponesas .

Organizações de luta contra o regime militar e pela instalação do regime comunista (inclusive surgidas após o golpe)

A Guerra de Independência de Moçambique gerou a independência da antiga colônia portuguesa de Moçambique, em 25 de Junho de 1975, uma luta de guerrilha contra o exército português, também conhecida como Luta Armada de Libertação Nacional. O levantamento armado foi lançado oficialmente em 25 de Setembro de 1964, com um ataque ao posto administrativo de Chai no então distrito (actualmente província) de Cabo Delgado.

Esta luta foi organizada pela FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), formada em 25 de Junho de 1962, pela fusão de três movimentos já existentes. Este movimento tinha base no Tanganyika (a parte continental da actual República Unida da Tanzânia) e era reconhecido pela Organização da Unidade Africana como um legítimo movimento de libertação.

A guerra de libertação expandiu-se para as províncias de Niassa e Tete e durou cerca de 10 anos. Durante esse período, foram organizadas várias áreas onde a administração colonial já não tinha controle — as Zonas Libertadas — e onde a FRELIMO instituiu um sistema de governo baseado na sua necessidade em ter bases seguras, abastecimento em víveres e vias de comunicação com as suas bases recuadas na Tanzânia e com as frentes de combate.

A guerra terminou com os Acordos de Lusaka, assinados a 7 de Setembro de 1974 entre o governo português e a FRELIMO, na sequência da Revolução dos Cravos.


Maria Jucilene acadêmica de Jornalismo da faculdade Rsá Picos-PI

A Igreja Católica e a Ditadura Militar no Brasil

 Tempo que o Brasil viveu grande repressão e censura
Percebemos toda esta história em arquivo e vários livros de nossa história e é lendo estes arquivos que percebemos a segurança de uma determinada visão sobre a Igreja Católica. A Conferencia Nacional de Bispos do Brasil(CNBB),teve valiosa importância nas lutas de camponeses nordestinos que buscavam melhorias de vida.

O apoio da Igreja aos militares foi decisivo para a concretização do golpe de estado que levaria o pais a uma ditadura de vinte anos. Assim a Igreja, temendo que o mesmo sucedesse na América Latina, a igreja católica combateu a ameaça comunista. Nas missas era comum padres acusar os comunista de praticar heresias e ateus inimigos da fé. Dentro da igreja católica começou um movimento de repudio à repressão, o envolvimento do clero com militantes resistentes ao regime, e a própria proteção do clero aos perseguidores e torturados.

Dom Paulo Evaristo Arns, foi um símbolo de defesa dos direitos humanos do Brasil, ele denunciou as torturas do regime militar. Outros bispos que fizeram historias foram dom Hélder Câmara e dom Paulo Evaristo, que fizera voz ativa contra a repressão e diante desta nova posição da igreja, a ditadura prendeu, torturou e matou padres. Houve derramamento de sangue por toda a corporação de sacerdotes. A Teologia da Libertação que deu os primeiros passos da década de 50, passou a ser uma grande força no Brasil logos após os anos 70, houve uma grande virada e a igreja católica brasileira ficou quase toda unida contra a ditadura militar.

Com o passar do tempo, vários salões paroquiais se tornaram espaços de discusão política, o que obrigava muitos trabalhadores e pequenos agricultores a se sentirem acolhidos pela igreja.

No início do golpe militar em 1964, algumas pessoas pensavam que aquela situação seria passageira, no entanto o golpe veio e as mesmas características também vieram juntas, tudo isto feito na calada da noite, assim sendo, quando a população acordou os militares já estavam no poder. E tudo isto mostra a força da direita que sempre foi mais organizada que a esquerda, foi air que as forças militares criaram os famosos Atos Institucionais(AI) Com estes atos chegaram as torturas e perseguições.

Os Ais afetaram toda a sociedade brasileira, porem estes Ais, conhecido com AI-5 foi totalmente desumano , deixando seqüelas físicas e psicológicas em todos. Este Ato foi instalado no Brasil no governo de Arthur da Costa e Silva, sendo publicado em 13/12/1968,lhe dava assim o direito de pôr em recesso o Congresso Nacional, decretar intervenção em Estados e Municípios,suspender direitos políticos, proibir manifestações sobre assuntos políticos e muitos outros atos. O Ato durou 10 anos, dando direitos e poderes a Costa e Silva e seus sucessores. Neste período foi implacável a censura à imprensa, os assuntos cortados não eram substituídos por notícias inofensivas e sim por poemas de heroísmo.

Joel Marques   acadêmico de Jornalismo da faculdade Rsá Picos-PI

CEBs E A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

As comunidades Eclesiais de Base, CEBs, surgiram no Brasil nos difíceis e duros anos da ditadura militar no Brasil, sob a inspiração do Concílio Vaticano II, (1962-1965), se espalharam principalmente nos anos 1970 e 80 no Brasil e na América Latina. As CEBs, como se tornaram popularmente conhecidas, eram núcleos populares de nutrição da fé e mobilização por direitos sociais. As CEBs eram grupos de pessoas, principalmente ligadas à Igreja Católica, que morando no mesmo bairro ou nos mesmos povoados, se encontravam para refletir e transformar a realidade à luz da Palavra de Deus e das motivações religiosas. Daí o nome de Comunidades Eclesiais de Base, que se tornaram popularmente conhecidas por CEBs.

A partir de uma vivência bastante intensificada nas comunidades, através de reuniões semanais e, em alguns casos até diárias, em virtude de uma postura de “entrega total à causa”, essas células sociais começavam também a reivindicar pequenas melhorias nas comunidades rurais, nos bairros, mas, ao mesmo tempo, iniciavam uma caminhada para tomar consciência da situação social e política. Queriam a transformação da sociedade. Inspiradas no método "Paulo Freire" de alfabetização de adultos, executavam uma metodologia que levasse da conscientização à ação. Por causa dessa prática encarnada na realidade, com discussões bem concretas, as CEBs tiveram um papel importante no processo de democratização do país.

O professor Faustino Luiz Couto Teixeira, especialista sobre o assunto, escreve que "nos anos 70 e início dos 80, falava-se muito no impacto da atuação das CEBs no campo sócio-político, enquanto geradoras de uma nova consciência das camadas populares e fator de grande importância no processo de libertação dos pobres." Em outras palavras, essas pequenas comunidades cristãs, que tinham de 20 a 100 membros, eram consideradas um novo sujeito popular (Petrini, 1984), capaz de reverter a situação de pobreza e apontando para uma nova sociedade mais justa e fraterna.

Depois veio a chamada abertura democrática e o fim da ditadura, houve a crise no Leste europeu e a decadência do modelo socialista da Rússia; houve a afirmação do capitalismo e o neoliberalismo ganha ainda mais espaço. Com esses acontecimentos que marcaram a segunda metade dos anos 80 e se expandiram nos anos 90, as Comunidades Eclesiais de Base tiveram que repensar sua identidade.

Mais especificamente no interior da Igreja Católica, as CEBs queriam rever uma estrutura muito piramidal, de cima para baixo. Incentivadas pelo Concílio Vaticano II vislumbraram uma maior participação dos leigos e um processo mais participativo de tomada de decisões. Ao redor da imagem de "povo de Deus", que foi caracterizada pelo Concílio, as comunidades sentiram-se parte ativa na construção do Reino de Deus. Houve quem aplaudisse e quem desqualificasse essa atitude como algo que ameaçasse destruir a estrutura de dois mil anos da Igreja. Falava-se da prioridade do carisma sobre a instituição (Frei Leonardo Boff) e usava-se o método das ciências sociais para analisar a Igreja. Substituir a tradicional filosofia pelas ciências sociais representava o risco de introduzir a análise marxista dentro da Igreja. Começou-se, então, a falar do perigo comunista na Igreja e muitos ficaram alarmados.

Um pouco de história

É difícil afirmar com precisão o momento exato do surgimento da primeira Comunidade Eclesial de Base. Mas, sabe-se que os ventos do Concílio Vaticano II sopraram nessa direção. O trabalho Movimento de Educação de Base (MEB), também ajudou no surgimento das CEBs. Desse modo, as CEBs fazem parte dos movimentos mais amplos de renovação eclesial, iniciados no início do século XX e sancionados pelo Concílio Vaticano II. As CEBs no Brasil foi exatamente a experiência única e marcante do Vaticano II. Este Concílio revelou seu potencial pastoral em sua abertura para o mundo e para a história e, ao mesmo tempo, sua densidade de reflexão, postulando a imagem da Igreja como sendo o Povo de Deus a caminho. As CEBs resgataram esses aspectos através da releitura que a Conferência de Medellín, na Colômbia (1968) e Puebla no México (1979) fizeram na América Latina. Medellin preencheu o imaginário eclesial com a temática da Libertação e Puebla com a evangélica opção pelos pobres.

Traços característicos das CEBs

A leitura e a reflexão sobre a Palavra de Deus é um traço característico das CEBs. Muitas comunidades começaram como reuniões bíblicas que iluminavam a vida das pessoas. À medida em que a vida comunitária se organizava foi introduzido também o culto dominical ou a celebração da Eucaristia.

A participação e a discussão dos problemas em forma de assembléia caracterizou muitas Comunidades de Base. A metodologia participativa inclui a colaboração de todos na discussão, na solução e no encaminhamento concreto do problema. Se, por exemplo, o tema é o desemprego, há no final um compromisso concreto que é assumido por todos: preparam-se cestas com alimentos básicos que são distribuídas aos desempregados. Esse espírito desencadeou a emergência de ministérios leigos que foram se multiplicando a partir das necessidades apresentadas pela comunidade. há ministros da Palavra, ministros da Eucaristia, ministros da pastoral da moradia, do trabalho, do menor.

Além das atividades pastorais, muitos serviços englobam mulheres e homens em clubes e pequenas organizações: hortas comunitárias, clubes de mães, alfabetização de adultos e, muitas vezes, grupos de sustentação dos movimentos populares. Esses serviços destacam o compromisso das CEBs com os mais pobres e a relação conseqüente entre fé professada e vida concreta. É propriamente o compromisso com as camadas mais desfavorecidas da população que tornaram as CEBs profundamente ativas no campo social. O pobre não é visto como problema, mas como solução no processo de construir uma nova sociedade.

Por fim, o horizonte para o qual as CEBs se deslocam é a prática concreta de Jesus e o sonho de realizar o Reino de Deus. Termos como justiça, fraternidade, solidariedade, compromisso e caminhada revelam, de um lado, o seguimento de Jesus e, de outro, a vontade de implantar concretamente o Reino de Deus.

As CEBs em Picos

Foi com a chegada de Dom Augusto Alves da Rocha, eleito como primeiro Bispo de Picos em 28 de maio de 1975 e empossado no dia 21 de setembro do mesmo ano, que as Comunidades Eclesiais de Base começaram a funcionar na área geográfica da Diocese de Picos. Antes da chegada de Dom Augusto Rocha, as comunidades existentes desempenhavam mais intensamente as atividades de catequese no aspecto da formação religiosa. Com a instalação da Diocese, uma das providências do Bispo foi trazer para a cidade o Movimento de Educação de Base (MEB), que muito contribuiu para a articulação das comunidades. O trabalho do MEB já era conhecido por Dom Augusto Alves da Rocha, mesmo antes de se tornar bispo. Devido ao conhecimento que tinha sobre as ações do MEB, posteriormente, Dom Augusto Rocha se tornou Membro do Conselho Diretor Nacional do MEB(Movimento de Educação de Base), de 1993 a 1999 em Brasília e Presidente Nacional do Órgão no ano de 2000.

Dom Augusto Alves da Rocha proporcionou um grande avanço para a formação das Comunidades Eclesiais de Base, na Diocese de Picos, através das Assembléias Diocesanas de Pastoral. Nesses encontros realizados anualmente e que prosseguem até os dias atuais, os membros das CEBs, têm direito a voz e voto. Os leigos engajados nas comunidades e escolhidos para participarem dessas assembléias debatem e votam decidindo as prioridades a serem implementadas nas áreas pastorais, paróquias, e na diocese, inclusive nas questões relacionadas com as análises políticas e a postura que a Igreja local deve ter sobre questões importantes.

Muitas lideranças sindicais e políticas surgiram na região de Picos, a partir da vivência nas CEBs. Algumas delas chegaram a ocupar e ainda ocupam cargos públicos em prefeituras e câmaras municipais. Isso, provavelmente não ocorreria se não existissem as Comunidades Eclesiais de Base, já que o coronelismo sempre comandou no interior nordestino.

As CEBs continuam seu trabalho na Diocese de Picos, ainda que tenham perdido muito daquela empolgação inicial. Para oferecer novo ânimo a essas comunidades, são realizados os Encontros Intereclesias de CEBs. Este ano de 2009, o evento aconteceu em Porto Velho, Rondônia, com a presença de milhares de participantes. Os membros das CEBs, que nasceram sob a égide de “Um novo jeito de ser Igreja”, agora buscam motivação para reavivar suas ações com “Um novo ardoar missionário”. Os integrantes das CEBs continuar a alimentar o sonho de “construir uma nova sociedade”. É a teimosia cristã de viver a utopia de que: “Uma nova sociedade, mais justa e fraterna é possível”.

Aluno - Erivan Lima , acadêmico de Jornalismo da faculdade Rsá Picos -PI

A economia entre 1960 até 1985 e suas conturbações inflacionárias

A sociedade brasileira, principalmente os mais pobres viveram um período de muita repressão, uma vez que o país foi governado pelos militares durante vinte anos

ECONOMIA

O plano de metas era voltado, para a industrialização acelerada e para a realização das obras de infra-estrutura. Em razão disso JK definiu cinco grandes áreas em que seu governo prometeu investir dinheiro público: energia, transportes, alimentação, indústrias e educação.

De fato durante o governo JK, ocorreu um grande aumento da produção industrial, principalmente no setor de bens de consumo duráveis, como automóveis geladeiras fogões etc.

Entre 1955 a 1961, a produção industrial cresceu 80% ( descontada a inflação), com a percentagens mais altas registradas pelas indústrias de aço ( 100%), indústrias mecânicas ( 125%) indústrias elétricas e de comunicação ( 380%) e indústrias de equipamentos de transportes ( 600%).


O governo Médici ( 1969/74) foi mais repressivo da história brasileira. Qualquer pessoa suspeita de ser subversiva podia ser detida, torturada e morta sem que a família soubesse.

O MILAGRE ECONÔMICO

Durante o governo Médici a economia brasileira cresceu em torno de 10% ao ano, uma das maiores taxas da história do capitalismo. O ministro da Fazenda, Antônio Delfim Neto conseguiu empréstimos volumosos no exterior e atraiu capitais estrangeiros, concedendo-lhes facilidades para atuar no Brasil.

A RECEITA DO MILAGRE

O ministro da Fazenda, Delfim Neto, dizia ser preciso fazer o bolo crescer e só depois pensar na divisão. Uma das formas usadas foi comprimir os salários dos trabalhadores.

O FIM DO MILAGRE

EM 1973, último ano do governo Médici, por motivos internos e externos o ‘milagre econômico’ começou a dar sinais de esgotamento.

Fonte (Coleção História Sociedade & Cidadania – Alfredo Boulos Junior)


Década de 1980

O marco cronológico é, portanto, os anos de 1981 e 1985. O ano de 1981 distinguiu-se pela fundação da Revista de Economia Política.

A década de 1980 foi consagrada na historiografia como marco de intenso processo de estagnação econômica acompanhado de elevadas taxas de inflação, fruto do esgotamento das estratégias desenvolvimentistas, que agravava o quadro de concentração de renda e de aprofundamento das desigualdades sociais.

Decorrente desta constatação, a inflação transcende sua dimensão tipicamente monetária, generalizando-se como fenômeno que passa a estar presente nos países centrais e não mais restrito à esfera do sistema econômico dos países subdesenvolvidos.

Fonte: Economia e Democracia na Revista de Economia Política (1981-1985)

Francisco das Chagas acadêmico de Jornalismo da faculdade Rsá